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Foto:+amazônia |
Na manhã desta quinta-feira (3), um helicóptero do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) pousou em um campo de futebol ao lado do Hospital Padre Colombo, em Parintins, para realizar o resgate de uma paciente indígena em estado grave. A cena chamou a atenção dos moradores do bairro São José Operário.
A paciente, Ivana Oliveira, de 41 anos, do povo Sateré-Mawé, foi transferida com urgência da aldeia Umirituba, localizada na Terra Indígena Andirá-Marau. Segundo o DSEI, Ivana sofreu uma crise puerperal, apresentava queda na saturação e estava desacordada. Devido à gravidade do quadro e à distância da comunidade, o transporte aéreo foi a alternativa mais rápida para preservar sua vida.
“Mesmo com o tempo chuvoso, conseguimos realizar o salvamento a tempo”, relatou o enfermeiro Tiago Oliveira. Uma profissional de saúde da aldeia realizou os primeiros socorros até a chegada da equipe de resgate.
Após o pouso, Ivana foi levada de maca ao hospital, onde permanece internada. O boletim médico confirmou uma grave infecção no trato urinário, mas seu estado é considerado estável.
O DSEI Parintins conta com dois helicópteros e seis ambulâncias fluviais para atender 128 aldeias no Baixo Amazonas, onde vivem mais de 17 mil indígenas. Em regiões como o rio Andirá, uma viagem até a cidade pode levar de 4 a 5 horas por via fluvial. Com helicóptero, o tempo é reduzido para cerca de 40 minutos. Já em locais de difícil acesso, como a aldeia Kassawá, o trajeto de lancha pode ultrapassar 8 horas — tempo que cai para 2 horas com transporte aéreo.
Essa logística reforça a importância dos resgates aéreos na garantia de acesso à saúde para comunidades indígenas em áreas remotas da Amazônia.
Essa foi a terceira vez que uma aeronave do DSEI pousou no campo do bairro São José para situações emergenciais. Normalmente, o aeroporto Júlio Belém é usado como base principal para aterrissagens, com ambulâncias responsáveis pela condução até os hospitais da cidade. O DSEI realiza cerca de 40 transferências aéreas por mês, garantindo assistência em casos críticos como o de Ivana.