Comunidades ribeirinhas protestam contra demarcação de terras quilombolas em Barreirinha


Foto: +AMZ


Moradores das comunidades do Rio Andirá, na zona rural de Barreirinha (AM), realizam nesta quarta-feira (10) um protesto em frente à Câmara Municipal contra a demarcação de terras quilombolas feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Os manifestantes afirmam que a medida ameaça diretamente sua sobrevivência e foi tomada sem diálogo.

Em nota de repúdio, representantes das comunidades do Tucumanduba, Granja Ceres e Freguesia do Andirá acusam o governo federal de tentar “furtar o direito à terra dessas comunidades” e classificam a decisão como um golpe contra a segurança alimentar, o patrimônio ambiental e a economia local. O documento também critica o que chama de “manobra maliciosa” de órgãos públicos e aponta desconhecimento da realidade ribeirinha.

“Nossas comunidades são conhecidas pelo respeito ao meio ambiente e pelo cuidado com a terra. Não transferimos esse direito a quem quer que seja. Se algum povo luta por respeito e direitos, que o faça sem prejudicar os outros”, diz um trecho da nota.


Quilombo
Foto: +AMZ


O manifesto foi assinado por lideranças da Base da Comunidade do Tucumanduba, do Núcleo de Proteção Divina, da Associação de Produtores e da Comunidade Granja Ceres.

Enquanto isso, o INCRA reconheceu oficialmente, por meio da Portaria nº 496 de 15 de maio de 2024, mais de 27 mil hectares como território remanescente de quilombo. A área abrange comunidades como Boa Fé, Ituquara, São Pedro do Andirá, Santa Tereza do Matupiri, São Paulo do Açu e Trindade, que reivindicam a titulação há mais de dez anos, enfrentando invasões de madeireiros e entraves burocráticos.

Até o momento, as comunidades quilombolas não se pronunciaram sobre o impasse. A Prefeitura de Barreirinha também não divulgou posicionamento oficial.

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